31. Concurso de Poesia com Temática Espírita

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A Arte Poética Castro Alves, com apoio da Fundação Espírita André Luiz, realizou no dia 12 de dezembro de 2021, a partir das 15 horas, de modo virtual, evento para a divulgação das poesias contempladas com  o  Prêmio Castro Alves, do 31o. Concurso de Poesia com Temática Espírita.  A transmissão foi feita através do canal virtual do Grupo da Paz.
        A apresentação geral foi de José Damião e Guiomar Santana, da Rádio Boa Nova e TV Mundo Maior.  Moacyr Camargo fez a apresentação musical. O escritor Adeilson Sales fez a palestra sobre a arte e a poesia. O jornalista Altamirando Carneiro declamou o poema O Livro Divino, de Castro Alves, psicografado por Francisco Cândido Xavier. 
         Antes da apresentação  das poesias premiadas foi lida uma poesia de Osmar Garofalo, enviada à Arte Poética Castro Alves por Marina Garofalo, como   uma homenagem ao seu saudoso pai.        
          O Prêmio Castro Alves será enviado, pelo correio,  aos poetas premiados, cujas poesias  são os seguintes: 
          Do 21o. ao 1o. lugar:
          21o.) São Francisco de Assis - Kátia Regina do Amaral Prado, Carmo do Paraíba (MG).
          20o.) Trova da Terna Luz - Julis Orácio Felipe, Joinville (SC).
          19o.) Brilhe vossa luz - Maria do Socorre Oliveira Souza, Parelhas (RN).
          18o.) Voltar para casa - Marildete Guimarães Fornazier, Contagem (MG).
          17o.) Minha caminhada - Keiko Sakihama Nagata, Jundiaí (SP).
          16o.) O exemplo do Mestre - Rogério Duarte Fernandes dos Passos, Campinas (SP).
          15o.) Ame um amor...- Solange Martins Gonçalves,  São Paulo (Capital).
          14o.) O voluntário - Evandro Fernandes da Silva,  Jundiaí (SP).
          13o.) Em busca do perdão - André Coelhas, São Paulo  (Capital).
          12o.) O que eu penso- Júlia Fernandes Heimann, Jundiaí (SP).
          11o.) O artista e seu retrato quando velho - Alberto Centurião, São Paulo (Capital).
          10o.) Princípio - movimento - infinito - Ariane da Silva Alves, Guarulhos (SP).
          9o.) Encontros com Jesus - Marina Rodrigues Cardomingo, Itajubá (MG).
          8o.) Despedida - Flavia Corrêa da Silva, Jundiaí (SP).
          7o.) Soneto fora do corpo - Pedro Cesquim, Valinhos (SP).
          6o.) Estrelas - Marta  de Matos Oliveira, São Paulo (Capital).
          5o.) Novo Abraão - Moacyr Telles, Campos dos Goytacazes (RJ). 
          4o.) Caminho, Verdade, Vida - Nelson Dias Costa, São Paulo (Capital).
          3o.) Esperança - Mauro Augusto de Amorim, São Paulo (Capitaal). 
          2o.) Essência da arte espírita - Paulo Sérgio Vencato, Camaquã (RS).
          1o.) De coração ao céu - Nelson de Oliveira, Mairinque (SP).
   
           Poesias classificadas do 1o. ao 3o. lugar:      

 1o. LUGAR

De coração ao Céu

Nelson de Oliveira
Mairinque (SP)



A nossa Terra em cântico dolente
Clama, implora, sofre e sente
Ante às lágrimas que rolam.
Esse vírus imponente, sem clemência
Sucumbirá com o avanço da ciência,
Trazendo os alentos que consolam.
 
Senhor, de coração e Alma enternecida,
Eu te suplico as bênçãos desta vida,
E a teu carinho no eterno resplendor.
Imploro para todas as criaturas,
Desfalecentes em prantos de amarguras,
Tua bondade e o teu imenso Amor!

Senhor! Na ignorância do meu ser,
Tão pequeno, tristonho e aflito,
Meu pensamento direciona ao infinito,
Rogando Paz ao meu humilde coração!
Se eu não trilho os caminhos tão seguros,
Me debatendo em labirintos tão escuros,
Peço perdão pela minha imperfeição!


Senhor! Na pequenez que me envolvo,
Aprisionado pelas provas do caminho,
Rogo esperança, com todo seu carinho,
À humanidade em lástimas de dor.
Aos que partiram, tristes e isolados,
Aos que ficaram, sofredores e enlutados,
A Ti Imploro Senhor, o teu Divino Amor!


        2o. LUGAR

Essência da arte espírita

Sérgio Vencato
Camaquã (RS)

A arte tem o condão
De trazer ao coração
De crentes e de ateus.
Fluidos do campo divino,
Aproximando o peregrino,
À fonte pura de Deus.

Em espirito ou vida carnal
O ser se liga ao canal
E do criador se aproxima.
Faz-se linha do horizonte
Que une o céu e o monte
E na Sua força se anima.

Da imensidão do espaço
A inspiração faz compasso
No movimento universal.
É irradiada a chama
Do bem que n'arte conclama
Para a mensagem imortal.

O Criador que cuida e ama 
Através da arte nos chama

Pra Sua beleza infinita,
Pois a arte contém essências
Pra modificar consciências
E não haver alma proscrita.

Arte é irradiação,
Instrumento de elevação
Que acende a luz da beleza
E faz o ente pequenino
Transformar seu destino
E sentir de Deus a grandeza.

A arte traz esperança,
Nos faz de novo criança
Com pureza cristalina;
Que é fortaleza na treva
E diz o caminho que leva
Pra santidade divina.

    3o. lugar

Esperança

Mauro Augusto de Amorim
São Paulo (Capital)
 
Dou-me um tempo pra florescer.
Fujo-me dos ventos taciturnos,
das fumaças de escapamentos,
dos restos de asfalto.

Recolho-me só aos grãos da natureza
sem muita rima, sem muita beleza.
Consome-me o calor do esquecimento
sob as vãs melancolias de uma tristeza,
que já não é minha.
Sob o tácito acalentar de um sorriso,
que já não é meu.

Espero.

Sou semente na terra amiga;
há quem conte seus dias,
mas eu não me importo tanto.
Enquanto a chuva desce seu pranto
a chorar sobre a noite fria,
mas eu também não me conforto,
me estabeleço sólida na matriz do dia.

Há quem escute a canção
de ocasos corações vazios,
mas me encontro cheia de silêncios.
Despercebo-me na maré da tarde úmida.
Cheio de graças são os passos que me pisam,
mas não me condenam; se acomodam.

Firme no meu não ser suporto o tempo.
Há tanto de você em mim,
floresço, no meu desmerecer.
Acravo-me sobre as raízes preditas,
aconchego-me nos teus raios de sol,
minha alma é o amor que palpita
no vácuo esquecimento da vida,
nas lápides de um arrebol.

A semente que ontem morria
hoje é luz da nova moradia,
na flor de um girassol:

— Saudade é instinto do amanhã
Contra o tempo ardente que devora;
Da rubrica espera pouco sã,
É segundo que busca outra hora;

Estampa o seu rosto na manhã,
Se sonha — morre a noite donde mora;
A semente, na terra tanto vã,
Ergue do limbo sua nau ante o agora;

No fogo, tece o Sol sob largo céu,
Correm rastros ao pé do alvorecer,
Despontam duas chamas no pincel,

São flores de um quadro a renascer,
Esperança; — do triste mausoléu,
A vida é o imperioso amanhecer!